segunda-feira, 26 de maio de 2008

Memórias...

Em 1992 eu comecei a assitir teatro
com muita voracidade, assistia tudo,
muita coisa eu não lembro mais,porém,
alguns espetáculos me marcaram para sempre.
Numa época em que eu não achava
que conseguiria realizar o sonho de um dia
estar no palco.Hoje vou comentar de uma dessas
peças que nunca pude esquecer "A vida é sonho"
de Calderon de La Barca, assiti num palco que eu
pude estar 12 anos depois.Coloco aqui o texto final de
Segismundo,interpretado por Regina Duarte maravilhosamente.



"É certo; então reprimamos
esta fera condição,
esta fúria, esta ambição,
pois pode ser que sonhemos;
e o faremos, pois estamos
em mundo tão singular
que o viver é só sonhar
e a vida ao fim nos imponha
que o homem que vive,
sonhao que é, até despertar.
Sonha o rei que é rei, e segue
com esse engano mandando,
resolvendo e governando.
E os aplausos que recebe,
Vazios, no vento escreve;
e em cinzas a sua sorte
a morte talha de um corte.
E há quem queira reinar
vendo que há de despertar
no negro sonho da morte?
Sonha o rico sua riqueza
que trabalhos lhe oferece;
sonha o pobre que padece
sua miséria e pobreza;
sonha o que o triunfo preza,
sonha o que luta e pretende,
sonha o que agrava e ofende
e no mundo, em conclusão,
todos sonham o que são,
no entanto ninguém entende.
Eu sonho que estou aqui
de correntes carregado
e sonhei que em outro estado
mais lisonjeiro me vi.
Que é a vida? Um frenesi.
Que é a vida? Uma ilusão,
uma sombra, uma ficção;
o maior bem é tristonho,
porque toda a vida é sonho
e os sonhos, sonhos são."

Um comentário:

Lu Bendati disse...

Querido! Eu tava lá, na "Vida é sonho"! Aplaudi de pé num engasgo que só vendo. Me marcou tb . Muito. Era meu primeiro ano no DAD. E saímos de lá do São Pedro de alma lavada! Beijos e incentivos pra tu atualizar mais vezes aqui!